domingo, 4 de janeiro de 2009

Múltiplas Inteligências - o direito de ser feliz

REnovados os ânimos, iniciamos mais um ano com promessas, desejos e reflexões. Repensar a educação é uma constante e neste período de recarga das baterias pra planejar mais um período letivo, reflito sobre o nosso papel na vida dos educandos.
Lembro do filme Sociedade dos Poetas Mortos.
Lembro de como era engessada a educação naquela escola para meninos e em como um professor fez a diferença, ensinando e vivenciando coisas que vão além do carpe diem. Tantas vezes utilizei este filme como exemplo, provocação e reflexão... Cada vez que lembro, uma nova reflexão se faz.
Hoje, penso no menino que por imposição e desejo do pai, deveria ser médico. Lembram? O meino poeta! Aquele que deixou para nós uma lição de vida. Uma lição que vem sendo ensinada por tantos teóricos.
Falar de inteligências múltiplas, por exemplo, é pensar que toda profissão e todo trabalho digno tem seu valor. Que tudo que move a vida e renova as esperanças tem um valor singular; que tudo que mobiliza a pessoa para o bem do outro e para o próprio é extremamente valioso. Assim, educar para o desenvolvimento das múliplas inteligências é possibilitar ao ser humano, o direito de ser feliz e, com a sua profissão de fé, fazer os outros felizes.
Assim, reescrevo aqui, o poema de Walt Whitman, do filme Sociedade dos Poetas Mortos:

Em nome de vocês...
Que ao homem comum ensinem
a glória da rotina e das tarefas
de cada dia e de todos os dias;
que exaltem em canções
o quanto a química e o exercício
da vida não são desprezíveis nunca,
e o trabalho braçal de um e de todos
_ arar, capinar, cavar,
plantar e enramar a árvore,
as frutinhas, os legumes, as flores:
que em tudo isso possa o homem ver
que está fazendo alguma coisa de verdade,
e também todoa mulher
usar a serra e o martelo
ao comprido ou de través,
cultivar vocações para a carpintaria,
a alvenaria, a pintura,
trabalhar de alfaiate, costureira,
ama, hoteleira, carregador,
inventar coisas, coisas engenhosas,
ajudar a lavar, cozinhar, arrumar,
e não considerar desgraça alguma
dar uma mão a si próprio.
Não quero, lembrando este poema, fazer uma alusão ao tecnicismo e trabalhar o valor aos ofícios, para gerar mão-de-obra, reprodutivista do sistema. Não. Quero salientar que todas as profissões e todas os ofícios devem ser valorizados, porque emergem da criatividade, da inteligência e da capacidade que todo ser humano tem de realizar coisas e se vê nas suas realizações, sentindo-se pleno, humano.

Não vamos pensar em criar super-heróis, mas educar para a vida, para uma relação mais solidária, em que "dar a mão a si próprio" signifique conhecer-se e identificar toda a beleza que ha em si e no outro; signifique compartilhar.

A todos que visitam nosso cantinho, muito obrigado e feliz vida nova.
Beijocas.

Um comentário:

Leonor Cordeiro disse...

Querida Naurelita,
Ótima postagem.
O ser humano é complexo, a educação deve considerar essa complexidade para se tornar libertadora.
A verdadeira educação ajuda a voar, abre caminhos, prepara para uma vida. O verdadeiro educador é companheiro de viagem ...
bjs!!!
(um caminhão carregado de abraços e beijinhos para a sua querida filha)

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