quinta-feira, 31 de março de 2011

Golpe Militar de 1964


Caros Amigos,
Costumo dizer que somos filhos e netos da Ditadura. Ainda estamos aprendendo a ser livres. A liberdade de expressão, de escolha ideológica, religiosa, partidária ainda tem muitos passos para percorrer.
As incoerências entre liberdade e desrespeito são muitas. É preciso que cada educador, pai, mãe, vó, vô retome o diálogo com seus filhos, alunos e netos. Não é mais o momento da repressão, precisamos avançar para a compreensão e despertar da consciência.
Este aprendizado parte da convivência no lar, na escola e em todos os espaços comunitários.
Trabalhar a identidade, a autoestima, o autoconceito, o relacionamento interpessoal a partir de situação-problema e vivências é fundamental para a construção de uma sociedade livre.
Convide seus educandos a pensar:
- Até que ponto posso ouvir um som com o volume alto a ponto de todos os vizinhos escutarem também?
- Aquilo que desejo falar vai magoar, ofender, ferir a pessoa que ouve? Tenho esse direito?
- Quais os meus direitos, quais os direitos do outro, quais os direitos de todos?
- Quais os meus deveres?
- Como posso defender os meus direitos e os do outro?

O exercício da liberdade deve acompanhar o exercício de respeito a si e ao outro.
É necessário também pensar sobre aqueles que lutaram para o fim da Ditadura no Brasil, contudo com um olhar crítico, reflexivo, atentando para as questões humanas, como valores, momento histórico, ideais, tendências, necessidades, etc.
Sugiro que comecem o estudo a partir da realidade próxima, com atitudes do dia-a-dia, para comparar com a História.
Veja o exemplo:

Situação:
Um aluno X "pede" o lanche ao colega e ameaça "pegá-lo lá fora" se o seu desejo não for concedido.
Reflexão:
- O que pensa o aluno X sobre direito e poder?
- O que você faria se fosse o colega do aluno X? Justifique.
- O que significa ameaça nesse contexto?
- Como se defender da ameaça de alguém?
_ Como ajudar o aluno X a mudar de atitude?

Relacionando:
_ Qual a relação entre esta atitude e as atitudes dos militares na época da ditadura?

Outro exemplo:
Situação:
-O sindico de um prédio determinou que só poderiam utilizar a piscina os moradores com renda acima de R$100.000,00 e parentes do dono do prédio.Aqueles que não obedecessem a norma seriam retirados à força do local e punidos com pagamento de multa.

Reflexão:
-Quais os valores que estão presentes nesta decisão do sindico?
-O que você faria se fosse um dos moradores excluídos? E se fosse o morador incluso na lista de permissão?

Relacionando:
-Como você pode relacionar esta situação com a política nacional de hoje e de ontem?

Você pode criar situações diversas e convidar os alunos a criar tantas outras, formando grupos de discussão, painéis, peças teatrais, com vista à mudança de atitude e de pensamento, para a construção de uma verdadeira democracia.
Destruição da sede da UNE, no dia seguinte ao golpe
Outra sugestão:
Trabalhar com leitura de imagem:
Veja as imagens a seguir:
Quais os elementos quem contem cada uma?
Quais as semelhanças e diferenças?
Qual a ideologia predominante?
A qual ou quais momentos históricos estão associadas?
Qual a sua postura diante das imagens?


Para saber um pouquinho mais, veja a seguir o texto escrito por Tiago Dantas para o site Brasil Escola:
A Ditadura Militar foi o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil, entre os anos de 1964 e 1985. Essa época caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão àqueles que eram opostos ao regime militar. Desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961, o Brasil vivia uma crise política. O vice de Jânio, João Goulart, assumiu a presidência num clima político tenso. Seu governo foi marcado pela abertura às organizações sociais.

Estudantes, organizações populares e trabalhadores ganharam espaço no cenário político brasileiro, preocupando as classes conservadoras, como empresários, banqueiros, a Igreja Católica, militares e a classe média. Em plena Guerra Fria, os EUA temiam que o Brasil se voltasse para o lado comunista.

Os partidos que se opunham a Jango (João Goulart), como a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD), o acusavam de estar planejando um golpe esquerdista e de ser o responsável pelos problemas que o Brasil enfrentava na época. No dia 13 de Março de 1964, João Goulart realizou um grande comício na Central do Brasil (Rio de Janeiro), onde defendeu as Reformas de Base e prometeu mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país.

Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizaram um protesto que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saíram às ruas. Evitando uma guerra civil, Jango deixou o país, refugiando-se no Uruguai. Os militares finalmente tomaram o poder.

Logo após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI-1. Com 11 artigos, o mesmo dava ao governo militar o poder de alterar a constituição, cassar mandatos legislativos, suspender direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública, além de determinar eleições indiretas para a presidência da República.

Durante o regime militar, houve um fortalecimento do poder central, especialmente do poder Executivo, caracterizando um regime de exceção, pois o Executivo se atribuiu a função de legislar, em detrimento dos outros poderes estabelecidos pela Constituição de 1946. O Alto Comando das Forças Armadas passou a controlar a sucessão presidencial, indicando um candidato militar que era referendado pelo Congresso Nacional.

A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram extintas ou sofreram intervenções do governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram submetidos à censura. A década de 1960 iniciou também, um período de grandes modificações na economia do Brasil: de modernização da indústria e dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao capital estrangeiro e de endividamento externo.

Veja a seguir uma matéria da Revista Nova Escola sobre a morte de Vladimir Herzog e a sua influência na luta contra a ditadura:

A morte de Vladimir Herzog e as mobilizações contra a ditadura

Mostre aos alunos como a morte do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do II Exército, em 1975, mobilizou a sociedade contra os militares

Carlos Eduardo Matos

A viúva Clarice, com o filho, e a foto do suícido forjado: União foi condenada pelo crime em 1978. Fotos Iugo Koyama/ Silvaldo Leung
A viúva Clarice, com o filho, e a foto do suícido forjado: União foi condenada pelo crime em 1978.
Foto: Iugo Koyama/ Silvaldo Leung
O jornalista Vladimir Herzog tinha muitos motivos para ficar preocupado ao receber uma ordem para apresentar-se ao II Exército. Corria o ano de 1975 e o Brasil vivia sob uma ditadura militar que travava uma guerra brutal contra as organizações de esquerda. Em São Paulo, quem se opunha ao regime era levado ao Departamento de Operações e Informações e Centro de Operações de Defesa Interna, o temido Doi-Codi. Oficialmente, os militares queriam esclarecimentos sobre a suposta ligação de Herzog, 38 anos e diretor de jornalismo da TV Cultura, com o Partido Comunista. Por isso, ele decidiu atender à convocação. Saiu de casa no dia 25 de outubro e nunca mais voltou. Torturado, foi vítima de espancamentos, choques elétricos e afogamento e morreu asfixiado nas dependências do órgão de repressão.
A notícia do crime iniciou uma onda de protestos que levou a uma série de pequenas e grandes mudanças na ditadura e é considerado o estopim do processo de distensão do regime, o que mostra que, apesar do autoritarismo, a sociedade acha brechas para se mobilizar.
Preocupados com a repercussão da morte de Herzog, os torturadores do Doi-Codi forjaram uma cena grotesca de suicídio: apresentaram uma foto do jornalista enforcado com o próprio cinto, no interior da cela. Vários fatores desmentiam a versão oficial, a despeito do laudo assinado pelo legista Harry Shibata, do Instituto Médico Legal. O principal deles era o próprio instrumento utilizado. Não era permitido ao preso permanecer de cinto, justamente para evitar que ele fosse usado como arma.

Fontes das imagens: http://www.google.com.br/imgres

Saudações fraternas

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom é triste sair de um regime ditatorial e entrar em outro, mais ditatorial que o outro.
.Ao ver corrupção falta de humanismo entre nos, a justiça sendo banalizada. A política sendo um meio para defender vigaristas e calhorda homicidas. Não vivi nesta época triste do deste pais, mas posso dizer que se assim estivesse vivido nesta época iria sentir saudade. Por saber que nesta época que existia dois lado, e hoje é complicado numerar lados positivos e negativo. Lembro que a propaganda da alienação faz uma população ser controlada e ser infeliz por não ter liberdade de saber o que pode manifestar ou exigir.
Peço desculpa, por ter uma escrita falha, com um portugues falho, mas esta é a educação que temos. mas vamos exigir reparação historica do passado e ficar sem um futuro. lembro que muitos moreram para ter liberdade, mas os que nesta época supostamente lutaram contra uma regime e tiveram a sorte de ficar vivo não tiveram a honra de manter os pricipios para um pais justo e igual para todos. Lembro que os militares carasco se foram mas os coruptos esta hoje vivo e torturando todos nos.
manifestação por uso correto dos nosso impostos dia 1 de abril na av. paulista as 9 horas vomos mudar o hoje buscando o amanhã. repassar está mensagem a outros blogs....

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